sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O dito nunca dito

Nestas linhas eu posso lhe dizer tudo o que eu não posso lhe dizer, e assim sendo digo:
Quando me toca, pra tirar um cisco que caiu no meu braço, sinto que me toca inteira.
Em dias que me liga, por mais que eu odeie falar ao telefone e você sabe disso, eu imagino que vá dizer palavras de amor. Quando sob efeito do álcool falamos absurdos, sempre acho que é tudo verdade, e sabemos a que tipo de "absurdos" eu estou me referindo.
Sozinha no meu quarto sempre imagino que vais entrar pela porta enlouquecido bradando amor e desejo, mas quando vens são só histórias com outras tantas moças que desejas.
Lendo um livro desses romantiquinhos e fofinhos em que o casal passa muitas páginas passando por todo tipo de revés, sempre quando ao final eles enfim conseguem se amar e se encontrar, eu fantasio nosso final feliz, que eu tento pensar que um dia virá, mas esses livros só servem para isso mesmo: dar esperança, até para a mais pessimista das criaturas.
A nossa história existe, alguns capítulos são verdadeiramente massantes e sem graça, outros tem certa ação, suspense, desventuras, mas ainda falta aquela dose generosa de romance, do tipo romântico mesmo com declarações, flores e corações.
Já que estou dizendo o que não posso dizer, acho que já deu pra perceber que, sim, eu amo mesmo você.