quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ele, o revolucionário

já fui pegada, arranhada, mordida e comida.
já fui delícia, preguiça, malícia e omissa.
já fui aquela, a outra, a boba e a bandida.
já fui tantas, pra tantos e nunca tive parada
já quis tudo e todos e hoje estou acostumada
de outros e muitos, hoje sou amada.
entre bons e ruins salvou-se o intermediário
o que não acredita no vigário,
o revolucionário.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

carta pro céu

Vô,
Não vou fazer um poema triste porque foi você que me ensinou o que é felicidade. Ou melhor, nem poema vou fazer, pois foi você que disse que "se é pra falar de coração pra coração nenhuma rima é boa o suficiente". Então vamos de prosa, e prosear é coisa que você fazia de melhor...
Olha Vô, nesses 7 anos que você foi passear pros cantos de lá, tanta coisa aconteceu. O Seu José da sapataria anda meio esquecido e vez ou outra me pergunta onde o foi que se meteu o Seu Areno, e eu nunca sei como dizer pra ele que o o senhor se foi, e cada vez que eu conto é como se o senhor morresse um pouco mais (odeio falar que o senhor morreu). Ih vô o senhor nem sabe, lembra que sempre dizia "quando você arrumar um namorado..."? Pois é eu arrumei, nesses 7 anos foram 2 os namorados e eles não ficaram, bem que o senhor dizia que ia ser época difícil na minha vida essa de "namorados", mas apesar da dificuldade e de não ter seus conselhos, eu fui me virando e hoje estou feliz de ter o namorado, aquele que o senhor dizia que ia chegar um dia e eu ia saber que é ele.
Poxa Vô, o senhor foi cedo demais e deixou a Vó muito triste, mas ela num ficou aqui sofrendo muito tempo também, logo depois que o senhor foi passear no céu ela foi morar aí também, mas olha não precisava chamar ela tão cedo, a gente aqui ficou tão triste de perder vocês dois em menos de 1 mês...
Mas não vou ficar falando de tristeza, vou encerrar aqui lembrando de todos os momentos que de felicidade que o senhor me proporcionou, quando me ensinou a boiar no mar, quando me disse sem que ninguém soubesse que eu era a neta mais "chegada" e que era a mais parecida com o senhor (como eu fiquei orgulhosa de mim), lembro também de chegar na sua casa e ver o senhor descascando 3 laranjas em cima da cama, e a vó brigando com o senhor porque os lençóis ficavam cheirando a laranja sempre, das suas tentativas frustradas de me ensinar a andar de bicicleta, de todas as tardes de domingo sentada na cama do senhor com a vó do lado... Vixi, melhor não ficar rememorando tanta coisa, que já sinto aquele apertinho no peito, aquela angústia que me dá de sentir a falta do senhor.
Vou sempre lembrar do senhor, e de tudo de bom que o senhor fez por mim, e sei que vai continuar fazendo daí.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

cedo

Todas as manhãs que acordo ao seu lado são de uma beleza imensa. Acho que é pelo fato de que todas essas manhãs são repletas de olhares, sorrisos e mãos... Sem nenhuma palavra.
E não me importa se são cinco da manhã, por você acordaria até mais cedo só pra ficar horas na preguiça dos seus braços, nos carinhos que nunca acabam, nas bocas que se beijam, e nos olhos que me fitam.
E quando o despertador enfim tocar, as sete da manhã, tocando aquela música que você detesta "Please don't stop the music...", eu vou rir da sua cara fechada e você mais do que de pressa vai rir também, me beijar mais um pouco, cheirar os meus cabelos como sempre e vai se levantar, ainda meio tonto, esfregando os olhos e acendendo a luz minha cara.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

(não)

Agora que o feito não pode ser desfeito, que a dor tomou conta de nós dois, só que dessa vez você pra um lado e eu pro outro, agora vamos ver o que a vida nos reserva. Já sabemos que não nos reserva aquilo tudo que planejamos, sabemos bem que aquilo tudo nunca ia acontecer, e se acontecesse não seria tão bonito quanto parecia.Eu sou silêncio, você é o som, sou luz e você escuridão... Um não existe se o outro também não existir, mas também um não vive junto ao outro.

terça-feira, 7 de julho de 2009

História Comum - Parte III

Tenho passado os dias meio aérea, em vários lugares que vou durante o dia sinto que na verdade não estou em lugar algum. Acho que meu problema é não estar totalmente com os pés no chão. Ando esperando encontrar uma paixão avassaladora de repente na rua. Desde meu rompimento com Robert a 4 meses não tenho saído com ninguém.

Hoje dia de faxina, como todos os outros sábados, apesar de que nos últimos 4 ou 5 sábados a preguiça tomou meu corpo inteiro, mas hoje não tenho como escapar já que existem calças jogadas pelo chão do banheiro, capas de cds e dvds sobre a cama e poeira por todos os móveis. Ando precisando aliás tirar a poeira também de dentro de mim, tô me sentindo um móvel velho largado em algum canto.
Por mais que eu tenha passado por alguns relacionamentos bons, eu nunca me sinto completamente bem, sempre fico procurando um motivo para sair dele, pra mudar de rumo uma história que já tem um caminho quase definido. Sou uma inconformista perene. E talvez uma eterna solitária.

domingo, 10 de maio de 2009

História comum - Parte II

Colocando meu vestido preto com alças pratas, percebi que não tinha vontade nenhuma de sair hoje, e não era só desânimo em sair, era desânimo de encontrar o Robert. Já saímos juntos a 2 ou 3 meses e ele só fala de dinheiro, de novos planos, de futuro, acho que ele não sabe viver o dia de hoje está sempre pensando no amanhã.

Outro dia fiquei surpresa quando no meio disso tudo ele me incluiu nos planos para o próximo verão.
-Nós vamos ao litoral no próximo verão. - disse ele firme na decisão
- Nós? Vamos?
- Sim.
Não tenho certeza do porque fiquei tão confusa, não sei se foi a parte do "nós", ou se foi por ele ter tomado decisões e ter feito planos sobre o meu verão.

Apesar de já estar pronta para sair pensei melhor e resolvi não sair hoje, afinal não tenho vontade de sair e não posso querer sair só pra agradar um homem que decide as coisas por mim sem nem ao menos me perguntar.
- Robert? Sou eu, Mabel.
- Oi! Já está pronta? Saio de casa em 10 minutos.
- Então, não quero sair hoje.
- Não?
- Estou meio cansada e com a cabeça cheia de problemas. Podemos deixar pra depois?
- Fiz reserva a 2 semanas, difícil trocarem a data em cima da hora, não acredito. Tchau.
- Tchau. - acho que foi a última vez que falei com ele.

Colocando minha velha roupa de dormir comecei a pensar nos meus últimos "relacionamentos", se é que podem ser assim chamados. Me dei conta que nunca me apaixonei, acho que nem sei o que é se apaixonar por alguém, nunca fiquei louca e impulsiva.
Será que posso escolher me apaixonar agora? Parece uma experiência totalmente nova e aventureira. Quero muito e agora!

Sonhei com o rapaz do parque essa noite. Como era mesmo o nome dele? Beni!

sábado, 14 de março de 2009

História comum - Parte I

Acordei com o sol fraco e muito amarelo faiscando suave pela fresta da cortina azul marinho. Era inverno, apesar de nada indicar isto. Coloquei meus jeans preferidos e confortáveis, uma camiseta branca, aquele All Star que um dia já foi branco, amarrei meu casaco azul na cintura e saí.
Eu caminhava pelo parque alheia a tudo ao meu redor, os peixes da lagoa, os rostos que passavam em volta sempre apressados. Em meu pensamento o "nada", não pensava em escola, trabalho, futuro, e assim não pensando em nada de repente um tropeço, antes de cair no chão algo me envolveu e segurando-me olhou nos olhos. Moreno claro, não tão alto, olhos esfuziantes, cabelos despenteados e muito pretos, as maçãs do rosto bem acentuadas, um queixo firme e levamente quadrado.
Nem percebi que ele havia me colocado de pé novamente, e também não reparei que eu olhava tão fixamente seus olhos, que agora me analisavam.
- Perdão, estava destraída.
- Hmmm, tudo bem mas não precisa me pedir desculpas você tropeçou nos próprios pés, eu acho - disse ele sorrindo - Teve sorte do meu reflexo estar bom, ainda mais a esta hora da manhã.
- Então, obrigada - disse mostrando meu sorriso de agradecimento, que mais parecia um sorriso de encantamento.
- Se precisar de alguém para te segurar denovo, foi um prazer. - falou num tom de deboche misturado com simpatia.
Me perguntei se ele estava flertando comigo ou se estava debochando de mim por ser tão desastrada, não consegui pensar no que dizer e só balancei a cabeça assentindo uma vez e dei um sorriso tímido, quando me preparava para virar as costas no intuito de continuar com aquela caminhada sem motivação. Foi então que ele segurou meu braço com firmeza, mas sem me machucar.
- Ei! Meu nome é Beni, qual é o seu? - sorriu simpaticamente.
- Er... Mabel.
- Está indo para onde, quer uma carona? - apontando para uma bicicleta recostada num banco a alguns metros de distância de nós.
- Não vou a lugar nenhum, só estou andando.
- Quer companhia ou é uma caminhada solitária?
- Você sempre faz tantas perguntas assim?
- Desculpe, acho que fiquei meio apressado de repente. - disse ele meio sem graça.
- Não quis parecer rude. - na verdade quis só um pouco, afinal não sei quem ele é, e ele já quer saber para onde vou, porque vou. E se ele for um maníaco? Psicopata, tarado? Mas então olhei novamente seus olhos e desisti de qualquer dessas hipóteses.
- Eu não costumo ser assim tão apressado, mais uma vez me perdoe. Sempre estou por aqui nesse horário, se por acaso quiser me ver novamente, apareça. Prometo não ser assim tão invasivo. - ele se virou caminhando lentamente até a bicicleta, levantou-a e saiu caminhando carregando-a de lado.
- Tchau. - disse por fim, mas já era tarde para que ele ouvisse.
Continuei a caminhada por alguns minutos mais, mas agora minha mente estava cheia de perguntas sem respostas e hipóteses variadas.
- Vou vê-lo denovo? - sussurei para mim mesma no caminho de volta para casa.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sempre quis ter boa voz
Para cantar como meu amor por você é feroz.
Quis (e tento) fazer pra ti mil poesias
mas acabam todas vazias
rima não é meu forte.
E tenho muita sorte,
no meio de tantos, você
entre todos os olhares
quando o meu encontrou o seu
foi como estar no céu
depois de tantos beijos, sua boca
tantas história depois, a nossa
um começo simples, como bossa
nosso próprio filme de amor, com pipoca.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Câncer com Câncer

Ser de Câncer é como ser inteiro feito de amor.
Canceriano cego de amor profundo, canceriano sofre mais que todo mundo.
Todo canceriano observa mais do que age, mas age muito mais do que fala.
Canceriano tolo, bobo, carinhoso...
Câncer é uma palavra forte, lembra dor, sofrimento, uma doença.
Mas ser canceriano é suave, é bonito e quase sempre alegre.
Sou canceriana de corpo, alma e principalmente coração de manteiga.
Eu e ele, um só signo, um só coração apaixonado por outro canceriano.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

- Você não acha que seu blog é um pouco água-com-açúcar não?
- AH! Tudo que é docinho e simples me agrada...
- Precisa colocar seus escritos mais fortes, mais marcantes.
- Que nada, esses eu guardo para serem cuspidos entre dentes com aflição, necessidade e ódio.